quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A fenomenologia da infancia


A fenomenologia da infância e a criança mundocentrada

Habitantes do mesmo mundo, adultos e crianças o vivenciam e o apreendem de modos distintos. Nos seus Cursos da Sorbonne, Merleau-Ponty analisa a infância sob um prisma existencial, assinala Marina Marcondes Machado, por Márcia Junges. A criança não é egocentrada, mas mundocentrada. A ideia, tributária a Merleau-Ponty, concebe a infância de modo existencial a partir de um descentramento. O adulto é “destronado” do centro, assim como as teorias do desenvolvimento que criou. A ponderação é da psicóloga Marina Marcondes Machado, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. De acordo com a pesquisadora, o ego da criança “não se encontra formado, desenhado, é, antes, esboço a ser completado, banhado, vestido e acalantado. É na outridade, na relação eu/outro, que a corporalidade, isto é, a relação eu/corpo se desenha. E o corpo próprio, acompanhado pelo outro, encontra-se no mundo: adultos e crianças habitam o mesmo mundo, diferem apenas no modo de viver nele, de apreendê-lo”. Essas ideias são originárias dos Cursos na Sorbonne, ministrados por Merleau-Ponty entre os anos de 1949-1952, quando propõe um outro olhar sobre a infância – o olhar culturalista/ambiental.

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