As psicopatologias reinantes denunciam o modo adoecido de viver de uma
sociedade e da humanidade. O transtorno de conduta é fundamentalmente oriundo de
disfunções relacionais no campo indivíduo/ambiente, que prepondera sobre as
predisposições genéticas. O adolescente
com transtorno de conduta apresenta sérias dificuldades em fazer contato
consigo e com o outro. Evita conectar-se com sentimentos e experiências que expõe a sua vulnerabilidade e fragilidade. Vê o
outro como ameaçador e desprezível, de forma que vai perdendo a capacidade de
empatizar e de mostrar-se sensível. A conduta desse adolescente pretende desafiar as leis, ele age com a intenção
consciente de inverter a ordem social, a vida de seus semelhantes, de destruir vínculos e a autoestima alheia. Os relacionamentos com adultos detentores de
autoridade tendem a discórdia, hostilidade e ressentimento, uma vez que a figura paterna não é modelo de respeito e admiração. Esse adolescente,
em sua maioria, apresenta um pobre rendimento acadêmico (alguns tem muitas reprovações)
devido a um desinteresse com as questões acadêmicas da escola, como forma de negar ser cooperativo com o outro e a sociedade. Observa-se um frágil vínculo afetivo entre o
adolescente e os seus familiares, que é facilmente posto a prova, quando age
infringindo normas da casa, desobedecendo aos pais, instituindo as próprias regras e valores. Age sob os efeitos de um eu todo poderoso que busca dominar, tomar posse do outro e, acima de tudo, prima por ocultar um autoconceito depreciativo, uma carência afetiva, sentimentos de insegurança e de rejeição que marcaram a sua vida familiar na infância. O transtorno de conduta é uma patologia da
ausência de ética, da falta de valores morais no indivíduo cujo cerne é a
inexistencia do sentimento empático com o outro humano.
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