quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A fenomenologia da infancia


A fenomenologia da infância e a criança mundocentrada

Habitantes do mesmo mundo, adultos e crianças o vivenciam e o apreendem de modos distintos. Nos seus Cursos da Sorbonne, Merleau-Ponty analisa a infância sob um prisma existencial, assinala Marina Marcondes Machado, por Márcia Junges. A criança não é egocentrada, mas mundocentrada. A ideia, tributária a Merleau-Ponty, concebe a infância de modo existencial a partir de um descentramento. O adulto é “destronado” do centro, assim como as teorias do desenvolvimento que criou. A ponderação é da psicóloga Marina Marcondes Machado, em entrevista por e-mail à IHU On-Line. De acordo com a pesquisadora, o ego da criança “não se encontra formado, desenhado, é, antes, esboço a ser completado, banhado, vestido e acalantado. É na outridade, na relação eu/outro, que a corporalidade, isto é, a relação eu/corpo se desenha. E o corpo próprio, acompanhado pelo outro, encontra-se no mundo: adultos e crianças habitam o mesmo mundo, diferem apenas no modo de viver nele, de apreendê-lo”. Essas ideias são originárias dos Cursos na Sorbonne, ministrados por Merleau-Ponty entre os anos de 1949-1952, quando propõe um outro olhar sobre a infância – o olhar culturalista/ambiental.

sábado, 12 de outubro de 2013

Palestra sobre "O universo infantil e a aprendizagem"

Nessa palestra realizada na Vila DNOCS, em Sobradinho-DF, em junho/2013, a convite da coordenadora do projeto psicossocial "Eu sou comunidade consciente", psicóloga Nayla Reis,   abordei a aprendizagem cognitiva, emocional, social e ecológica. Faço, em seguida, um resumo da palestra sobre essas 4 dimensões do processo de aprendizagem humano.
Toda forma de aprendizagem depende da capacidade de atenção da criança. A aprendizagem se dá conforme o potencial individual cognitivo e emocional da criança, e as possibilidades de trocas sócio-culturais entre a criança aprendente e o ambiente. 
A atenção é um fenômeno mental inerente à cognição humana. Nascemos com esta capacidade que vai se aperfeiçoando com a idade e o amadurecimento neurológico da criança.A habilidade dos pais em estimular a percepção e a atenção da criança e principalmente de dirigirem a sua atenção afetiva à criança é fundamental para que se desenvolva o desejo pelo aprender.
Nunca se pára de aprender quando se mantém o interesse em buscar coisas novas e diferentes, e principalmente quando se acredita no próprio potencial e na própria capacidade”. Para aprender basta querer. Aprendemos em qualquer idade. A aprendizagem começa quando não reconhecemos, mas, ao contrário, quando estranhamos, problematizamos. Aprender é juntar elementos já conhecidos com elementos novos para formar uma nova engrenagem, uma nova dinâmica, um novo processo. Os pais precisam providenciar situações de estimulo para que ocorra o interesse em aprender até as atividades de cuidado diárias.
A experiencia emocional influencia na aprendizagem de comportamentos e no desenvolvimento cognitivo/intelectual. Em muitos casos, o fracasso escolar é consequência do fracasso emocional. É importante para o desenvolvimento emocional que o meio familiar seja tranquilo, tolerante, amoroso, de forma que possa ensinar à criança aprender a regular suas emoções. Os pais devem ensinar a criança a nomear sentimentos, a falar de si própria para fomentar o autoconhecimento e autoreflexão. Isto é a base da inteligência emocional que consiste na habilidade para identificar as emoções, descrever as emoções, compreender, relacioná-las com os acontecimentos vividos e lidar com elas na interação com os outros (Weber, 2012). 
A aprendizagem ecológica anuncia a relação dos seres humanos com o mundo (natural e humano). A criança se sente e age como um ser integrado à natureza. Os pais, contudo, precisam ensinar condutas éticas e ecológicas, de respeito e cuidado com o ambiente e com os outros, como: não jogar lixo na rua, nos rios; não maltratar os animais, não quebrar ou pegar as coisas alheias, não ser violenta, ser cooperativa e amiga. A aprendizagem ecológica acontece no ser-com-o-outro e no fazer-no-mundo.
A aprendizagem social é o fenômeno em que se reconhece o outro (o amigo, o irmão, a professora, os pais, avós) como participante de sua existencia. Pais amorosos ensinam a criança a arte do diálogo, da conversação, que consiste em aprender a escutar e falar para ser escutado. Escutar é dar atenção.

Acessar  www.eusoucomunidadeconsciente.blogspot.com.br 

Lançamento do livro "A clínica gestáltica com crianças" em 2010




As autoras Rosana Zanella, Sheila Antony (org.), Miriam Phillipi, Monica Xavier

domingo, 6 de outubro de 2013

Será realizado um Vivencial com o titulo "Cuidando e amando a criança que existe em nós", no dia 09 de novembro de 2013, com carga horária de 10 horas. Esse encontro tem como objetivo fechar as gestalts abertas entre nossa criança interior e nossos pais que perduram em muitos de nós impedindo o fluxo natural e saudável das relações amorosas, sociais, profissionais.

As inscrições estão abertas! Haverá apenas 14 vagas!
Para maiores informações clicar na área "Vivencias terapeuticas".

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Turma do curso GT com crianças em 2007


Turma do curso GT com crianças em 2008


A clínica gestáltica com adolescentes

As psicopatologias reinantes denunciam o modo adoecido de viver de uma sociedade e da humanidade. O transtorno de conduta é fundamentalmente oriundo de disfunções relacionais no campo indivíduo/ambiente, que prepondera sobre as predisposições genéticas. O adolescente com transtorno de conduta apresenta sérias dificuldades em fazer contato consigo e com o outro. Evita conectar-se com sentimentos e experiências que expõe a sua vulnerabilidade e fragilidade. Vê o outro como ameaçador e desprezível, de forma que vai perdendo a capacidade de empatizar e de mostrar-se sensível.  A conduta desse adolescente pretende desafiar as leis, ele age com a intenção consciente de inverter a ordem social, a vida de seus semelhantes, de destruir vínculos e a autoestima alheia. Os relacionamentos com adultos detentores de autoridade tendem a discórdia, hostilidade e ressentimento, uma vez que a figura paterna não é modelo de respeito e admiração. Esse adolescente, em sua maioria, apresenta um pobre rendimento acadêmico (alguns tem muitas reprovações) devido a um desinteresse com as questões acadêmicas da escola, como forma de negar ser cooperativo com o outro e a sociedade. Observa-se um frágil vínculo afetivo entre o adolescente e os seus familiares, que é facilmente posto a prova, quando age infringindo normas da casa, desobedecendo aos pais, instituindo as próprias regras e valoresAge sob os efeitos de um eu todo poderoso que busca dominar, tomar posse do outro e, acima de tudo, prima por ocultar um autoconceito depreciativo, uma carência afetiva, sentimentos de insegurança e de rejeição que marcaram a sua vida familiar na infância. O transtorno de conduta é uma patologia da ausência de ética, da falta de valores morais no indivíduo cujo cerne é a inexistencia do sentimento empático com o outro humano.


Do capitulo "O adolescente com transtorno de conduta: a carencia por trás da violencia", do livro A clinica gestáltica com adolescentes: caminhos clinicos e institucionais, publicado pela Ed. Summus, em 2013.

Turma do curso GT com crianças em 2010


Turma do curso GT com crianças em 2011




quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A criança com transtorno de ansiedade

A criança com transtorno de ansiedade vivencia fobias que revelam crenças de um mundo hostil, perigoso e ameaçador, construídas a partir de dramas infantis não resolvidos dos pais que são projetados na criança. A criança fóbico-ansiosa mora em uma casa mal-assombrada, vivendo dramas afetivos calcados na falta de confiança, segurança e suporte (polaridade confiança/desconfiança). A criança tem medo do espaço interno da própria casa, de ficar só, de se deslocar sozinha pelos aposentos da casa, de dormir sozinha, quando naturalmente a casa deveria ser sentida como um “útero protetor”. A criança toma-se por um eu desamparado, frágil, dependente que não confia em si, teme o outro estranho ou certas situações (um monstro noturno, a chuva) e cujo corpo tem que ser contido para controlar as sensações de excitação/tensão produzidas pela intensa ansiedade.

Ver artigo completo na Revista da Abordagem Gestáltica, 2009, v.15, n.1



Compreendendo a hiperatividade: uma visão da Gestalt-Terapia

A hiperatividade vem se delinear como um modo de existir que revela características específicas de temperamento e qualidades inatas à criança em contraposição à classificação de transtorno ou doença. A criança hiperativa é muito mais que um cérebro que decodifica os estímulos internos e externos, é muito mais que um corpo que se movimenta excessivamente, posto que um corpo revela uma organização psíquica, um sujeito em ação.Considerando seu estado organísmico de permanente alta excitação, podemos entender que a dificuldade de concentração é decorrente da hiperatenção, definida como a imensa capacidade da criança atentar aos múltiplos estímulos sensoriais e ambientais. Olha para tudo que vê e quer ouvir tudo que escuta, mostrando dificuldade em eleger aquele objeto que é mais importante em seu campo perceptivo. Age como se “tudo está em toda parte”, percebe as partes isoladamente sem integrá-las ao todo, não foca a atenção em detalhes.

Ver artigo completo na Revista: Comunicação em Ciencias da Saude do DF, 2008, 19(3), 215-224.

A criança em desenvolvimento no mundo: um olhar gestáltico

O processo desenvolvimental do ser humano mostra-se extremamente complexo ao se transpor o nível da simples observação comportamental. Devemos olhar a criança como uma gestalt neuropsicomotora em desenvolvimento que irá seguir uma via de diferenciação única e individual. As modificações estruturais da mente e do corpo conduzem a mudanças nas relações com o meio que, por sua vez, leva a um novo estado de desenvolvimento psicofísico. A criança muda, o ambiente muda; o ambiente muda, a criança muda numa relação de co-regulação diante das transformações inevitáveis. Não há parada no desenvolvimento, pois mesmo que o ambiente permaneça com pouca mudança, a criança está mudando em todas as suas dimensões. Toda criança, ao longo de seu desenvolvimento, busca uma imagem de competência, capacidade e força para ir delineando a sua identidade. A criança quando confia em seu corpo, constrói um forte senso de eu.

Ver artigo completo no site www.igt.psc.br. (Vol.3, n.4, 2006)

Abordagem gestáltica e psicopedagogia:um olhar compreensivo para a totalidade criança-escola

A abordagem gestáltica e a psicopedagogia estabelecem uma interface teórico-prática, contribuindo para a ampliação das concepções que permeiam os fenomenos da aprendizagem e do desenvolvimento e para a reestruturação de campos perceptuais cristalizadores do cotidiano escolar. Salienta-se a necessidade de uma ressignificação das queixas escolares por meio da consciencia escolar dos proprios processos de projeção e deflexão que consistem em ver o problema apenas no aluno e não na relação escola-aluno.

Ver artigo completo na Revista Paideia, 2006, 16(34), 149-159.

Hiperatividade: doença ou essencia

Este trabalho discute a hiperatividade considerando a metáfora do corpo da criança e o seu funcionamento psicológico, de forma a esclarecer se a sua expressão constitui doença ou um modo próprio de ser. Concluimos que a criança hiperativa é constitucionalmente hiperativa. Sua hiperatividade, sua hiperatenção, sua hiperemotividade são constitutivos dinâmicos de seu ser-no-mundo. Sendo assim, ela não está hiperativa, ela é hiperativa. Se é constitucional, inato, não há cura. A hiperatividade não é uma doença, é um modo de ser e estar no mundo com o outro.
Ver artigo na Revista "Psicologia: Ciencia e Profissão, 2005, 25(2), 186-197.

A criança hiperativa: uma visão da abordagem gestáltica



O TDAH representa um alto nível de excitação organísmica com implicações orgânico-funcionais associadas a fenômenos de ordem emocional. O elevado fluxo de energia faz a criança funcionar em “alta voltagem” respondendo ao mundo com HIPERATIVIDADE, HIPERATENÇÃO e HIPEREMOTIVIDADE, como uma totalidade em ação. O TDAH é colocado totalmente no domínio da patologia, o que não é correto. Há talentos oriundos dessa alta excitabilidade – a intuição, a criatividade, a afetuosidade, a vitalidade - que devem ser sobrepostos aos supostos déficits.O caminho da saúde é o resgate da consciência sobre o seu corpo, pensamentos e sentimentos, de forma a tornar-se uma presença consciente. Aprender a assumir responsabilidade sobre suas ações e escolhas. Ser capaz de criar metas e reconhecer limites para dar sentido a sua existência. Exercer a auto-regulação de forma consciente para poder hierarquizar as suas necessidades e se ajustar criativamente ao meio.

Ver artigo na Revista da UnB - Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasilia, Mai-Ago 2004, V.20, n.2, pp. 127-134.

Psicopatologias da criança

                                               

A Gestalt-Terapia é uma abordagem fenomenológico-existencial com uma visão holística de homem e mundo que dá primazia à relação e valoriza a influencia mútua entre criança e ambiente. Os fenômenos psicológicos emergem das trocas emocionais vividas na unidade criança-outro-mundo, no “entre” das relações humanas. Portanto, a doença emocional é fruto de um distúrbio em uma dada relação. Criança doente emocionalmente é família adoecida em suas relações afetivas. Os distúrbios psicológicos da criança são, geralmente, oriundos dos dramas infantis não resolvidos dos pais que são projetados na criança. Na perspectiva gestáltica, doença significa perturbações da auto-regulação originadas por mecanismos psicológicos defensivos de contato que visam inibir a consciência de sentimentos, pensamentos, necessidades, comportamentos que geram angústia e colocam em risco a relação com o outro significativo. A partir dos mecanismos psicológicos de bloqueio do contato da teoria gestáltica (fixação, dessensibilização, deflexão, introjeção, projeção, proflexão, retroflexão, egotismo, confluencia) que regem a dinâmica interna do indivíduo e das relações humanas, abordo as psicopatologias da depressão, da fobia e do transtorno obsessivo-compulsivo.

Ver artigo no site www.revispsi.uerj.br/v9n2/2009/artigos


meu caminho profissional

Sheila Antony – CRP 01/2784

Especialista em Psicologia Clínica com formação em Gestalt Terapia. Mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) com a dissertação “A criança hiperativa como uma totalidade em ação: uma visão gestáltica segundo a teoria do ciclo do contato”. Psicóloga clínica da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), lotada no Centro de Orientação Médico Psico-Pedagógica - COMPP, de 1990 a 2013, onde exercia coordenação do Programa de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e a coordenação do Setor de Psicologia. Membro fundador e docente do Instituto de Gestalt Terapia de Brasília (IGTB). Ministrante do curso “Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte”, com carga horária de 60 horas, desde 2007. Organizadora do livro “A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento”, publicado em 2010, pela Editora Summus. Autora do livro “Cuidando de criança: teoria e arte em Gestalt-terapia”, publicado pela Editora Juruá, em 2012. Colaboradora do livro “A clínica gestaltica com adolescentes: caminhos clínicos e institucionais”, organizado por Rosana Zanella, publicado pela Editora Summus, em 2013, com o capitulo “O transtorno de conduta em adolescentes: a carência por trás da violência”. Autora de diversos artigos em revistas científicas (da UnB, UFRJ, Abordagem Gestáltica, do IGT, da FEPECS).

terça-feira, 1 de outubro de 2013



Turma do curso GT com crianças em 2013







Quero agradecer de todo meu coração a cada um que participou do meu curso, desde 2007 a 2013, com seu brilho pessoal, enriquecendo cada aula e cada vivencia terapeutica.

Um abraço muito carinhoso,

Sheila Antony

Cuidando de crianças: teoria e arte em Gestalt-terapia

Esse livro trata da complexidade do processo psicoterapêutico que abrange o encontro de subjetividades – a do terapeuta e da criança. Pretendo apresentar a metodologia gestáltica que fundamenta o uso de técnicas e recursos terapêuticos (argila, fantoches, caixa de areia) que podem ser utilizados no contexto clínico com crianças (e adolescentes), tendo como principal instrumento a presença consciente do terapeuta. Ainda desejo ressaltar a Gestalt como uma terapia criativa por ver a criança como um todo a ser desvelado, por investir na exploração dos seus dons e qualidades, por incentivar o terapeuta a mostrar-se em sua pessoalidade única e trazer toda sua experiência de vida e potencial humano para dentro do cenário terapêutico, com total permissão para criar oportunidades e inventar experimentos, atividades, materiais que levem a criança a um processo integrador de crescimento. Neste livro, há um capitulo dedicado ao brincar como sendo constitutivo da subjetividade da criança. Através do brincar a criança experimenta-se, aprende a conhecer o seu corpo, a fazer representações das coisas, dos objetos e do mundo exterior, a pensar sobre o eu, a comunicar-se e a estabelecer contatos sociais. 

Este livro foi publicado pela Editora Jurua, em 2012.

A psicoterapia gestáltica com crianças

A psicoterapia como ciência se constitui como a arte do encontro, do diálogo e da cura. Sua essência é ser um encontro profundamente humano e vivo entre duas pessoas que se honram, porém alicerçado em sólidos princípios teóricos, de modo que a práxis terapeutica seja conduzida com conhecimento, saber e cuidado, visando à restauração da capacidade de amar e confiar em si e no próximo. A criança quando se sente cuidada e respeitada, quando percebe um interesse autentico do terapeuta com os seus problemas e dramas, quando sente a responsabilidade do terapeuta no exercício da profissão, se abre para revelações emocionais íntimas que propiciam importantes experiências propulsoras de mudanças comportamentais.

Contatos

E-mails: sheilaantony@yahoo.com.br | sheilagestalt@gmail.com

Facebook: www.facebook.com/antonysheila

Fotos


                                                                              
                                                                                
.

Vivências Terapêuticas

Um Vivencial é um encontro terapeutico intensivo, no qual as pessoas passam por momentos psicoterapicos individual e/ou em grupo. Geralmente, acontece em um espaço terapeutico, como uma residencia fora da cidade, com um tema ou objetivo especifico.

Desejo realizar um Vivencial com o titulo "Cuidando e amando a criança que existe em nós", no dia 09 de novembro de 2013, com carga horária de 10 horas. Esse encontro tem como objetivo fechar as gestalts abertas entre nossa criança interior e nossos pais que perduram em muitos de nós. São feridas emocionais guardadas por meio de palavras ofensivas, imagens de agressões fisicas ou psicologicas, situações de abandono, negligencia que mantém-se presa no corpo, memória e linguagem. Muitos adultos sentem-se frustrados e fracassados em suas relações amorosas, sua vida profissional e social devido às experiencias introjetadas tóxicas vividas na infancia. O trabalho terapeutico será dirigido para a conscientização e "limpeza" dos entulhos emocionais, visando à libertação do passado/dos pais da infancia, juntamente com experiencias de autonutrição com o fim de integrar a criança ferida a partir de um processo de aceitação e gratidão a essa criança.

O local residencial em que acontecerá nosso encontro será na Chácara Ipanema, em Valparaíso, há 40 km de Brasilia. É um lugar muito agradável, bonito e cheio de natureza. O valor do encontro será  R$ 230,00 a vista até o dia 04/11/2013 e R$250,00 (duzentos e cinquenta reais), parcelado em 2x, incluidos almoço e 2 lanches. O horário será das 9 horas às 19 horas.

Nº de Vagas14

Conto com a participação de voces!

Um abraço fraterno!

Sheila Antony

Cursos

Ministro o curso "Gestalt-terapia com crianças: teoria e arte", desde 2007. Geralmente, o curso acontece no periodo de março a junho, com aulas semanais de 4h, totalizando uma carga horária de 60 horas. O curso tem ocorrido em anos alternados e, por isso, nesse ano de 2013, foi realizada a 5a. turma, composta por 20 alunos. O curso é muito dinamico, sendo 2 horas de teoria e 2 de pratica com experimentos, atividades e dinamicas a serem vividas pelas pessoas do grupo que se beneficiam de momentos terapeuticos. A Gestalt é uma teoria que enfatiza a experiencia e a awareness como caminho de autoconhecimento e crescimento. É considerada uma psicoterapia Existencial, Experiencial, Experimental. Por isso nas aulas propicio vivencias terapeuticas para os participantes, visando o experienciar para aprender aquilo que é vivido pela criança nos experimentos e atividades terapeuticas propostas. A Gestalt requer um terapeuta ativo, criativo e aberto ao contato para facilitar a construção do vinculo de segurança/confiança e o processo de cura emocional da criança e dos pais.


OBJETIVOS: Apresentar o campo teórico e filosófico que fundamenta a prática clínica da Gestalt-terapia no atendimento à criança e à família. Oferecer conhecimentos sobre as principais psicopatologias da infância. Propiciar vivências experimentais no uso das técnicas gestálticas e recursos lúdicos-terapêuticos.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
- fundamentação filosófica e teórica
- conceitos básicos
- concepção de saúde e doença
- psicopatologias da criança
- processo terapêutico
- relação terapêutica
- técnicas expressivas e projetivas

Carga horária: 60h

Inicio: 17 de março de 2014   Término: 30 de junho de 2014

Local: Instituto Tocar, localizado na 914 Norte, na entrada da Aldeia SOS, ao lado do Colégio Arvense. site: www.tocar.org.br

Inscrições: Instituto de Gestalt-terapia de Brasilia - IGTB
contato: 9963-5165/3033-7094
site: www.igtb.com.br


O curso ocorrerá as 2a feiras, das 18h30 as 22h30. Está incluido material didático e lanche.

Os certificados serão emitidos pelo IGTB.

Investimento
1º)  R$50,00 de matricula + 5 parcelas de R$320,00 até 28 de fevereiro
2º)  R$50,00 de matricula + 5 parcelas de R$340,00 até 13 de março
3º) À vista = R$1.480,00


Textos



A agressão é vista, na teoria da Gestalt, como uma energia positiva e necessária para o desenvolvimento e crescimento saudável da criança. O comportamento agressivo muitas vezes revela uma forma de defesa contra invasões da fronteira de contato, incompreensões e imposições externas. Agredir significa opor-se a algo ou alguém, confrontar uma idéia, desestruturar aquilo que ameaça cujo fim maior é delimitar fronteiras; preservar, afirmar e proteger o próprio eu.

Como surge a agressividade? A agressividade é figura que emerge de um fundo. Tem uma função e um valor no campo relacional. O comportamento agressivo tem sua raiz em um ambiente hostil, desafetuoso, abandonante, frustrador.

Que sentimento ou emoção anterior produz uma reação agressiva? A raiva é emoção oriunda do medo, da violência, de maus tratos, de ansiedade, ciúme, inveja, de carência afetiva. Crianças agressivas vivem em ambientes cujos pais mantém interações irritada ou hostil; que escutam verbalizações dos pais que visam menosprezar, culpar, atacar, controlar, rejeitar; que vivem interações distantes, com pouco envolvimento ou com oscilação entre superproteção e negligencia.

A agressividade é uma forma de ajustamento criativo. É uma forma de defesa, uma energia que impulsiona a criança para enfrentar adversidades, superar obstáculos, transformar uma situação frustrante/hostil em outra mais satisfatória. Os atos agressivos podem ser destrutivos (tacar fogo, ferir, quebrar) ou podem ser simplesmente uma manifestação de raiva, uma tentativa de ser ouvida, olhada, cuidada, vindo a denunciar um sentimento de injustiça, incoerencia, exigencias e incompreensão.

Para trabalhar a agressividade é necessário levar a criança a ter consciencia do sentimento de raiva, a fonte da raiva e da frustração, como manifesta sua raiva, a fim de poder lidar diretamente com esse sentimento. Se a criança vê que os pais aceitam sua raiva sem ameaçá-la de retirar o amor ou de punição ou de abandono; ou se ela vê que os pais se zangam e que essa emoção passa e eles a perdoam e continuam a amá-la, então a criança não irá usar a agressividade como forma de interação e os pais ensinam que a raiva é permitida, pode ser dominada, não é destrutiva da relação de amor existente entre pais e filho.

A clínica gestáltica com crianças

A Gestalt-Terapia é considerada uma terapia centrada no processo por ser baseada no método fenomenológico que é orientado para o que, o como e o para que do comportamento (saudável e não saudável) manifestado no aqui-agora da situação terapêutica. Com esta concepção, o terapeuta ocupa-se mais com o funcionamento e a dinâmica da criança, observando o modo como expressa suas idéias, pensamentos, sentimentos e interage em seus diversos campos existenciais, ao invés de procurar as causas da formação dos comportamentos problemáticos. É, portanto, uma abordagem mais compreensiva do que explicativa uma vez que sua metodologia é a observação e a descrição do fenômeno vivido na experiência. A criança em terapia solicita contato, presença consciente para facilitar a conexão com emoções e idéias temidas, que impedem o desenvolvimento pleno de sua personalidade. A terapia é uma dança, ora a criança conduz, ora o terapeuta conduz. O caminho terapêutico, acima de tudo, visa incentivar a criança rumo à independência, à individuação, à auto-regulação espontânea do seu organismo, à realização de seu potencial humano, a fim de honrar tudo aquilo que é e pode vir a ser.

Do capitulo "Um caminho terapeutico na clinica gestáltica com crianças", do livro A clinica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento", publicado pela Ed. Summus, em 2010.

Minha história

Iniciei na Gestalt, em 1984, após minha graduação em Psicologia na Unb, com uma formação em Gestalt-terapia com o Dr. Jorge Ponciano Ribeiro. Após esta formação, fiz outra formação com o Dr. Jorge Ponciano em gestalt-terapeuta de grupos. Em 1986, fui cedida pelo SERPRO para trabalhar na Fundação Hospitalar, no Hospital São Vicente de Paula, em Taguatinga, um hospital psiquiátrico, onde fiquei por 4 meses. No mesmo ano, fui integrar a equipe fundadora do Instituto de Saúde Mental (ISM), hospital-dia do DF, onde permaneci até 1990, quando passei no concurso da Fundação Hospitalar do DF (hoje Secretaria de Saúde) para trabalhar no Centro de Orientação Médico Psico-Pedagógica (COMPP). Esse Centro atende crianças e adolescentes até 18 anos incompletos. Lá realizei atendimentos individuais e em grupos com crianças e adolescentes, além de orientação e apoio aos pais (individual e em grupo). Exerci o cargo de gerente de diagnóstico por um breve período, assumi a coordenação do setor de psicologia e fui coordenadora do projeto de transtorno de deficit e atenção/hiperatividade até o ano de 2013, quando fui premiada com a aposentadoria em março. Sou profundamente grata a esse Centro (composto por uma equipe multidisciplinar) e aos profissionais com quem convivi (alguns guardo como grandes amigas), no qual construí todo meu conhecimento no atendimento psicológico a crianças e adolescentes com suas diversas patologias. Em 1996, o Dr. Jorge Ponciano me convidou para integrar o grupo de docentes fundador do Instituto de Gestalt Terapia de Brasilia (IGTB), aonde ministro aulas, vivenciais, supervisão e orientação de TCC. Participei de diversos mini-cursos e cursos em Gestalt com profissionais de renome internacional, como Zinker, Miller, Hycner, Gilles Deslile, além de estar com os grandes teóricos do Brasil em Congressos e Encontros de Gestalt-Terapia, como Jean Clark Juliano, Myrian Bove Fernandes, Rosana Zanella, Enio Brito, Selma Ciornai, Enila Chagas, Walter Ribeiro, Martha Brigido, Lilian Frazão, Virginia Suassuna que ricamente contribuiram na minha caminhada profissional. Foi a partir dessa longa experiencia clinica e profissional que pude criar um estilo próprio de atender com base na Gestalt-terapia e em minhas caracteristicas pessoais de personalidade. Em 2006, participei do curso de verão da Violet Oaklander, em Sta. Barbara-California, o qual foi um marco em minha vida profissional. A partir deste curso intensivo, sedimentei meus conhecimentos no atendimento à crianças e adolescentes e me inspirei para oferecer o curso "Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte", cuja primeira turma foi no ano de 2007. Trabalho em consultorio próprio, desde 1988, tendo como clientela crianças, adolescentes e adultos. Lá também realizo supervisão clínica em grupo e individual.