sábado, 27 de dezembro de 2014

Feliz 2015!

Abençoado seja mais um ano nos dado para viver nesta vida! Que 2015 venha com boas e significativas mudanças, renovações, restaurações em nosso ser! "Esteja livre para planejar. Deixe tudo que é de bom chegar. Experimente novas experiências e explore novos lugares. Não hesite em aproveitar cada momento inusitado. Faça o que precisar e quiser no seu tempo. Mas faça acontecer"!
                                                              FELIZ 2015!

Em março está programado iniciar o VIII Curso de Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte.
Será no dia 16 de março, às 2a feiras, das 18h30 às 22h30. Inscrições no Instituto de Gestalt Terapia de Brasília (IGTB). O curso acontecerá no Instituto TOCAR. Acompanhem nos links ao lado em meu blog.

abraço carinhoso!

Sheila Antony



sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Espírito de Amor do Natal

Desejo um Natal cheio de momentos felizes em que pais e filhos se reúnam em nome do Amor, sentido de vida para todo ser humano. Que os pais entendam e façam os filhos entenderem que: "O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida. Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida. Você é o sino, quando chama, congrega, reúne. Você é a luz de Natal quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros. Você é o presente de Natal, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano".  (Papa Francisco)

O Primeiro Natal - A História do Natal Contada pelas Crianças

sábado, 6 de dezembro de 2014

A criança divina

Ser criança é ser o que se é sem saber que está sendo aquilo que é. A essência do ser criança traz o que há de mais sagrado em nós, pois a criança sabe o que precisa e age sabiamente para o seu mais alto bem, fazendo o melhor que pode dentro das situações angustiantes. Em nós habita o Espírito do amor e uma criança divina (cheia de alegria, espontaneidade, criatividade, sabedoria) que guia nossas ações verdadeiras e originais. Ambos são a fonte que nos conduz para o caminho da verdade, do Eu sou, livre de amarras e entraves que impedem o ser em sua plenitude viver.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O Trabalho de autonutrição

Crianças que chegam com condutas agressivas ou tímidas ou mesmo depressivas, necessitam ser trabalhadas em seu amor próprio, em pensamentos e ações que elevam a sua autoestima. Para nós gestaltistas, significa direcionarmos intervenções terapeuticas, atividades e dinâmicas voltadas para o autossuporte e a autonutrição. O autossuporte integra o processo de identificar a necessidade principal, efetuar sua expressão e sustentar a ação orientadora para a sua realização. A criança reconhece que deseja algo diferente de um colega ou dos pais, expressa  esse desejo e sustenta a ação autorrealizadora, quer seja pelo ato da palavra, quer seja por uma conduta. Age assim por ter autoconfiança, por se dar valor, por sentir-se capaz de enfrentar o ambiente, o outro diferente de si, que pode se opor a sua necessidade/desejo. A autonutrição é um processo de fazer a criança reconhecer seus talentos, dons, habilidades, qualidades que estão ocultas por introjetos tóxicos (ou não) que a fazem sentir culpa, se autocondenar, se autorreprovar. O trabalho de autonutrição é ensinar a criança a ter bons pensamentos sobre si, ter pensamentos alegres, ter atitudes de carinho consigo. Aprender a ter um olhar gentil com seu corpo, sua saúde, seu sono, sua alimentação, suas relações.

Ver os recursos terapeuticos que podem ser utilizados no capítulo 3 do livro "A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento", Ed. Summus, 2010.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Transtorno de conduta na ótica da Gestalt-terapia

O transtorno de conduta tem sido um dos distúrbios psicossociais mais preocupantes nos dias atuais.Encontramos esses distúrbio psicológico em crianças e adolescentes com condutas antissociais, violentas, de teor maléfico/perverso indicadoras de uma perturbação significativa no funcionamento social, familiar, escolar e ocupacional. Apresentam comportamentos cruéis que humilham, ofendem, inibem, intimidam e constrangem professores, pais, irmãos, vizinhos, etc.Os dilemas centrais do adolescente com transtorno de conduta são: o certo x o errado; o bom x o mau; o construtivo/criativo x o destrutivo. Na clínica, observo que as crianças e adolescentes perversos têm a inveja e o ciúme como afetos que alimentam as suas condutas agressivas/destrutivas. O TC é uma patologia da ausência de ética, da falta de valores morais no indivíduo cujo cerne é a inexistencia do sentimento empático com o outro humano. O ensinamento crístico “amai ao outro como a si mesmo” não é possível de ser seguido, uma vez que não amam a si próprios por não terem tido a experiência de serem amados. São pessoas que carecem da preocupação com o existir alheio, porque deixaram de ter preocupação com a própria existencia.O caminho de resgate do tormento existencial em que vivem é o da conscientização de que são um ser-no-mundo, um ser-com-o-outro, um ser-para-o-outro com todas as implicações angustiantes que essa noção filosófica pode trazer. Nessa patologia, mais do que nunca precisamos visualizar as intrínsecas forças interatuantes do todo sobre as partes e das partes sobre o todo (a interdependência entre sociedade-família-individuo). 

Trecho extraído do meu artigo "O transtorno de conduta no adolescente: a carência afetiva por trás da carência". Ver link na secção de artigos deste blog. 

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

II Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós"



Com muita alegria, estive nesse sábado, dia 18 de outubro, com um grupo maravilhoso formado por um psicólogo, uma odontóloga e psicólogas que participaram de coração aberto do II Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós", na Chácara Ipanema, em Valparaíso-GO. Pessoas encantadoras que honraram a sua criança ferida e a sua história de vida em meio as dores vividas com a família e seus pais.
Muita gratidão a todos!
Um abraço muito apertado com o coração!

Sheila Antony

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A criança que existe em nós

Em nós habita o Espírito do amor e uma criança divina (cheia de alegria, desejos, impulso de vida). Ambos fonte que nos conduz para o caminho da verdade, do Eu sou, livre de amarras, entraves que impedem o ser em sua plenitude. Descobrir nas carências, medos, ferimentos da criança que fomos (e temos ainda em nós), as pérolas, os talentos, as marcas da personalidade e da vida oriundas do sofrer vivido no passado. Honremos e amemos a criança que sobreviveu e nos fez chegar aonde estamos, com quem estamos e como somos, mesmo que guarde dor...mas houve um momento de amor.

No próximo sábado, dia 18 de outubro, haverá o II Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós", em que trabalho a criança interior do adulto, sofrida, doída, marcada por experiencias negativas da infância. Convido a todos participarem dessa jornada!


abraço fraterno,

Sheila Antony

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Humanismo e Gestalt-Terapia

Estive em Teresina-PI, nos dias 26 a 28 de setembro, para ministrar aula de Humanismo e Gestalt-Terapia. Lá encontrei uns humanos da Psicologia (alunos e profissionais) que me encantaram com sua sede de Gestalt e suas atitudes humanizadas de hospitalidade, respeito, amor ao outro humano. Fundamentalmente, para se entender o humanismo é necessário que se seja humanizado, mesmo que de forma intuitiva. O pressuposto básico do Humanismo é: honrar a dignidade, a liberdade, a individualidade de toda pessoa, o que funda a Ética das relações humanas. A idéia principal da Psicologia Humanista é despertar o indivíduo para as potencialidades que lhe são inerentes, para as virtudes, para os sentimentos elevados (compaixão, solidariedade, amor) e valores positivos que regem a relação inter-humano, para uma visão otimista de si e da vida. gestaltista no encontro terapeutico busca: o significado e a singularidade da experiência do ser em situação; não interpreta ou impõe sua teoria ou sua verdade; dá ênfase ao tornar-se, ao vir-a-ser, à concretização dos projetos de vida; visa despertar e expandir a consciência do potencial pessoal, a fé na capacidade e tendencia ao crescimento, a autonomia e a auto-realização por meio de escolhas responsáveis. Encerro com uma declaração de Thiago de Mello, extraída do livro Estatutos do Homem.
"Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, ou como a semente de trigo, e a sua morada será sempre o coração do homem".
"

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

De Pais para Filhos

Diante do aumento da demanda de crianças com 3-4 anos para psicoterapia, torna-se essencial que nós psicoterapeutas estejamos prontos para acolher os pais para orientação, suporte e também para oferecer momentos terapêuticos que acessem a criança ferida (rejeitada, abandonada, depreciada) de cada um dos pais, a qual é projetada sem consciencia nos filhos.  Tenho cada vez mais realizado sessões, em que atendo os pais e apresento algumas sugestões que visam facilitar o contato, a comunicação autentica, o diálogo afetivo na família:
1- Converse com seu filho quando chegar do trabalho sobre o dia dele, não cobre as obrigações logo.
2- Demonstre carinho. Demonstrações de carinho são curadoras para todos.
3- Escute com o coração, sem julgar, com empatia.
4- Faça elogios sobre seu comportamento, boa vontade, esforço.
5- Respeite sua individualidade, suas opiniões, idéias, sentimentos diferentes.
6- Ensine a criança a ter condutas éticas.
7- Descubra seus dons, talentos, habilidades e incentive seu filho(a).
8-Não repreenda usando palavras que humilham, depreciam, destroem a autoestima.
9- Corrija seu comportamento expondo seus sentimentos.
10- Não seja autoritário, aja com autoridade. Seja firme, coerente, justo ao corrigir, ensinar.
11- Não seja violento. Violência gera violência e traumas.
12- Perdoe e peça perdão. Seja humilde para ensiná-lo a ser humilde e respeitoso.

Orientações extraídas do meu livro "Cuidando de crianças: teoria e arte em Gestalt-Terapia"

sábado, 23 de agosto de 2014

II Vivencial "Cuidando e Amando a criança que existe em nós"

É com alegria que anuncio a realização do II Vivencial sobre a criança interior que existe em nós. O Vivencial acontecerá no dia 18 de outubro, sábado, na Chácara Ipanema, em Valparaíso-GO, a 50 km de Brasília. O local é muito agradável, cheio de natureza. O encontro terá duração de 10h e será no horário das 9h às 19h. Haverá apenas 15 vagas.
O Vivencial tem como objetivo fechar as gestalten abertas entre nossa criança interior e nossos pais que perduram em muitos de nós, impedindo o fluxo natural e saudável das relações amorosas, profissionais, sociais e familiares.

VALOR DO INVESTIMENTO (inclui almoço e 2 lanches):
1º) R$ 265,00 à vista até 13/10, após R$ 285,00 à vista.
2º) R$ 285,00 em 2 parcelas de R$142,50,00 até 13/10.
3º) R$ 300,00 em 2 parcelas de R$150,00 após 13/10.

INSCRIÇÕES: até 16 de outubro no Instituto de Gestalt Terapia de Brasília - IGTB.  
Contato: 9963-5165/3033-7094

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Nós e o Universo - Somos todos Um

Que nos lembremos de nossas maiores aspirações e possamos trazer nossas dádivas de amor e trabalho para o ALTAR da humanidade. Que nós lembremos uma vez mais de que não somos seres isolados, mas conectados em mistério e encantamento a este Universo, a esta comunidade, uns com os outros.  (Karen Tse)

Oração extraída do filme "Quem se importa"

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Conclusão do Curso GT com crianças: teoria e arte

Com muita gratidão e alegria encerramos, no dia 04 de agosto de 2014, a Turma 7 do Curso "Gestalt-terapia com crianças: teoria e arte". Tive a graça de receber 16 psicólogas que se dedicam com muito amor a sua profissão e ao cuidado clínico de crianças, adolescentes e adultos. Todas contribuíram com muita alegria, saber e verdade sobre si e a vida profissional de cada uma!

Abraço muito afetuoso!
Sheila Antony

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Baby Blues

Quando engravidei li centenas de blogs de mães, bebês, parto, pós parto, funcionamento psicológico, biológico, social das mães, dos bebes, dos pais, enfim, li tudo que podia e não podia. E, entre tantas coisas, li também sobre  baby blues e depressão pós parto. Mas todos os relatos muitos sutis, distantes mesmo da minha doce realidade de grávidaAté que lá estava eu, cheia de hormônio, costurada, com dor, tendo que cuidar de um bebê, sem dormir minhas sagradas 8 horas por noite, com o peito rachado, sangrando. Então, percebi que tinha alguma coisa estranha acontecendo, e, assim, pude entender e experienciar o que era o baby blues.

Por já ter conversado com outras amigas, eu sabia que chorar muito era normal, mas aquela sensação de que eu não ai dar conta de cuidar daquele serzinho e o medo de que, a qualquer passo em falso, ela podia morrer e eu perder a coisa que mais amava na vida, era enlouquecedor. Logo, eu não poderia ficar sozinha com ela, “não me deixem sozinha com ela” era o meu pensamento. Quando a filhota completou 1 mês, meu alívio em ver que ela sobreviveu foi enorme! Eu e ela tínhamos sobrevivido!!!! E isso era incrível, pura sorte, pensava eu! Hoje, consigo perceber alguns fatores que contribuíram para que essa sensação tenha vindo com tanta força. Mudança hormonal, falta de apoio no puerpério e de conhecimento sobre amamentação, tudo estava junto e muito misturado. Eu não conseguia olhar, refletir e muito menos analisar o que estava acontecendo. Eu era um ser que zanzava pela casa, sem saber se era noite ou dia, incomodada, confusa e descabelada!

Estive muito bem acompanhada no puerpério, tive um suporte enorme de pessoas importantes na minha vida, mas, hoje, depois de muito ler, entendi que o puerpério é uma fase solitária, mesmo que seja compartilhada com alguém. Só a sua vida muda, você se torna responsável por uma vida, por aquele serzinho chorão! Só você nota que aquela você, velha conhecida, morre. O puerpério é também um luto, que se passa só. Mas nada do que senti acredito que tenha sido criado nessa fase, ao contrário, penso que tudo já existia dentro de mim. Foi como se todas as minhas sombras tivessem sido iluminadas e eu pude ver e sentir todas elas, as que eu escondia, as que eu nem sabia que existiam, mas que estavam dentro de mim. E eu tive que olhar pra elas, não tem jeito. A maternidade foi um mergulho profundo dentro de mim mesma. O luto foi porque eu só via quem tinha morrido, eu ainda não via quem estava chegando.

Foi tudo tão forte, intenso e louco que até hoje vou processando as informações. Converso, leio, troco, aprendo e assim vou caminhando, sem pressa, descobrindo quem foi que nasceu junto com Isadora. A cada dia uma descoberta, minha e dela, no nosso ritmo, no nosso passo.
                                                                                                                        (Monica Xavier)





sábado, 26 de julho de 2014

Preocupação e culpa em Winnicott

Winnicott, em seu livro "O ambiente e os processos de maturação", discorre sobre a origem da culpa a partir de experiencias vividas entre a criança e sua mãe que despertam atitudes de preocupação. Enquanto a preocupação consiste em se importar, ou valorizar, e tanto sentir como aceitar responsabilidade (atitudes construtivas e de atenção com o outro); a culpa é ansiedade/angústia ligada a ambivalência de sentimentos de amor e destrutividade à figura materna, em fantasia. No desenvolvimento psicoemocional da criança, ela se depara com seus impulsivos agressivos para com a mãe, a qual deverá ser capaz de tolerar, suportar e permitir as manifestações de raiva, birra e destrutividade (ser continente) sem reagir com  raiva destrutiva ou punitiva para possibilitar a vivencia da energia agressiva, a experiencia de ser corajosa, audaz, confiante na expressão espontânea de seus impulsos. Aliado a essa atitude é de suma importancia que a mãe/o pai conceda a oportunidade de reparação, de a criança consertar a situação conflitiva surgida com os pais para que assim a culpa não se instale como um estado ansioso constante. "O fracasso da mãe-ambiente em prover oportunidades consistentes para a reparação leva a uma perda da capacidade de se preocupar e a sua substituição por ansiedades e defesas cruas, como splitting e a desintegração".

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O corpo subjetivado

Toda emoção tem uma conexão com o corpo” (Oaklander, 2006, p.91), pois toda emoção tem um correspondente sensorial. O corpo é a sede de nossas sensações e excitações.Corpo-emocionalidade-ambiente formam uma unidade subjetiva de grande importância no desenvolvimento psicológico da criança por manterem entre si uma constante força de influencia mútua. O corpo em ação no ambiente é fonte de conhecimento, consciência e expressão de emoções e pensamentos.A criança vivenciando seu corpo situa-se em relação ao espaço, aos objetos, ao outro e a si mesma, construindo a noção de espaço (perto, longe; em cima, em baixo) e de tempo (amanhã, ontem; antes, depois), a partir do movimento e das experiências internas em conexão com os eventos externos.Corpo e espaço criam o domínio corporal que influencia no senso de competência e autoconfiança da criança. É este vínculo entre cada parte do todo corpo-ação-ambiente-emoção que cria o conhecimento e a consciencia de si-no-mundo. 

Trecho do livro "A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento", 2010, Ed. Summus. 
  

terça-feira, 10 de junho de 2014

Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós"

É com entusiasmo que eu anuncio a realização do 2º Vivencial
"Cuidando e amando a criança que existe em nós", no dia 25 de
outubro de 2014, sábado. O Encontro terapeutico terá 10 horas 
de carga horária e acontecerá na Chácara Ipanema, Valparaíso-GO.

Mais adiante apresentarei o valor do investimento.

A criança e o brincar

Brinca, pula, canta, sorri!
Faz do teu pulsar natural
O direito de descobrir,
O anseio de tudo poder,
O mistério de existir.
Ao brincar a criança reinventa
o mundo, o gesto, a língua, o amor.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O psicodiagnóstico em Gestalt

Diagnosticar é um processo que visa conhecer, compreender, identificar, des-cobrir, explicitar o modo de existência da criança na sua interação com o mundo (escola, vizinhança, família) e o outro. O processo diagnóstico tem como direção apreender a totalidade significativa formada pela unidade criança-outro-mundo cujas partes se articulam e influenciam ininterruptamente, dando significado ao distúrbio emocional apresentado. Neste sentido, o terapeuta ao psicodiagnosticar deve ir além da identificação dos sintomas, numa busca pelo sentido da patologia (ou do comportamento disfuncional) e da descrição das vivências subjetivas da criança em sofrimento emocional nas suas relações. Diagnostica-se patologias e não pessoas. A patologia em si não existe. É a pessoa que dá forma e configuração própria à patologia. Como dito por Hycner: "O diagnóstico contém as sementes da cura".

Trecho do livro "A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento". Ed. Summus.

domingo, 27 de abril de 2014

A criança e suas angústias

A criança reage às disfunções da família, aos traumas, crises, separações, injúrias de várias maneiras. Pode inibir, bloquear, restringir partes do organismo e de si mesma (sentidos, corpo, emoções, intelecto), criando os distúrbios de fronteira de contato que interrompem o processo natural de autorregulação. Para evitar  abandono, rejeição, desaprovação, punição faz uso de mecanismos de defesa que levam a uma diminuição do senso de eu e restrições nas funções de contato, que geram prejuízos na interação com o ambiente. Os ajustamentos defensivos servem para aliviar/amortecer a angústia e a ansiedade. A inibição e/ou contenção de sentimentos e comportamentos é uma experiencia aprendida. A criança ferida tenta curar-se conforme o nível de consciência que possui, suas habilidades intelectuais e capacidade criativa.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Cuidar de crianças

"Ter olhos apurados para as crianças é ter Deus sorrindo no coração, é cuidar da vida na Terra". (Nay)
Cuidar de crianças coloca o psicoterapeuta diante não apenas da CRIANÇA FELIZ (que brinca, ri, tem espontaneidade, vitalidade), mas também da CRIANÇA FERIDA (vitimizada, abandonada, negligenciada, amedrontada, rejeitada) que sofre um ambiente devastador, ameaçador, deformador do seu senso de eu. Fazer psicoterapia com crianças requer do terapeuta um encontro com sua criança interior, de modo que esteja em paz com suas dores do passado e possa acalentar a sua criança ferida quando esta venha a se manifestar diante da criança real que está diante de nós. O terapeuta precisa saber se oferecer gentilmente de modo a ser convidado a entrar no mundo encantado (ou desencantado) da criança, para que ela possa expressar seus conflitos sem medo e sem fortes resistencias. As crianças não tem a capacidade reflexiva para processar, digerir, elaborar os sentimentos e pensamentos que as perturbam. Daí a necessidade de se empregar recursos terapeuticos e técnicas expressivas, projetivas, integrativas para ajudá-las em seu processo de autoconhecimento, autoconsciencia, autoexpressão.

terça-feira, 25 de março de 2014

Nossa criança interior divina

Nossa criança interior está sempre presente quando nossas reações emocionais são intensas e com um tom de exagero. Sejamos amorosamente atentos e estejamos com ouvidos cuidadosos para acalmar, acalentar, dar confiança e suporte a essa criança que vem nos pedir, como adultos que somos:" Me ame, me proteja, me defenda, me aceite e me reconheça como fonte de suas emoções, criatividade, espontaneidade, afetuosidade. Não me critique mais, não me julgue tanto, não me condene como tantos fazem. Não se perca de mim, não me esqueça, não me cale". Deixe-a saber que você sempre estará junto para o que der e vier, dando-lhe força, coragem, amor, respeito.

Em outubro darei um Vivencial com o titulo "Cuidando e amando a criança que existe em nós". Será na Chácara Ipanema, em Valparaíso. 

sexta-feira, 7 de março de 2014

Brincando e constituindo o Eu

O brincar é um processo complexo de expressão, organização e estruturação psíquica da criança. Estimula a atividade cognitiva, envolve descobertas corporais, propicia amplas experiencias emocionais e sociais. Através da brincadeira a criança experimenta-se, aprende a conhecer o seu corpo, a fazer representações das coisas, dos objetos e do mundo exterior, a pensar sobre o eu, a comunicar-se e a estabelecer contatos sociais, experiências estas que servem para a organização da personalidade. Winnicott (1975, p. 80) expõe brilhantemente que “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)O brincar contribui, portanto, para a organização e unificação da personalidade, ao propiciar que a criança entre em interação com outras crianças num processo contínuo de correlacionar as experiências internas e externas. Nessa perspectiva, pais e professores precisam entender a necessidade de permitir a criança brincar como atividade física, mental e afetiva, dado que a criança quando brinca pensa sobre suas experiências emocionais e situações de vida.
Trecho do meu livro "Cuidando de crianças: teoria e arte em Gestalt-terapia", Editora Juruá.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A psicoterapia com crianças deve incentivar a criança rumo à independencia, à autorregulação, à realização do seu potencial criativo. A criança só compreende bem aquilo que faz, aquilo que vive, a partir do que vê, toca, ouve e experimenta no ambiente terapeutico - o aprendizado se dá por meio das experiencias vividas. A Gestalt-terapia configura-se como uma terapia vivencial voltada para promover experiencias e fazer experimentos, de modo a facilitar o continuum da awareness, o dar-se conta do modo de pensar, sentir, perceber, agir e estar-no-mundo consigo e com o outro.
No curso "Gestalt-terapia com crianças: teoria e arte", a iniciar no dia 17 de março de 2014 pretendo apresentar o uso da argila, de fantoches, da caixa de areia e outros recursos terapeuticos na clinica com crianças.
Ver informações sobre o curso na área "cursos" do blog.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Curso "Gestalt-terapia com crianças: teoria e arte"

As incrições para o curso Gestalt-terapia com crianças: teoria e arte" já estão abertas no IGTB (vejam o site para contato). O curso ocorrerá no Instituto Tocar, localizado na 914 Norte, entrada na Aldeia SOS. Este ano o curso será às 2a. feiras, das 18h30 as 22h30, com inicio no dia 17 de março. Há um limite minimo de 14 pessoas para acontecer o curso e um máximo de 20 pessoas.
Voces serão a 6a. turma, o G6, a se formar.

Aguardo voces com muito carinho e entusiasmo!

Vejam informações completas na aréa Cursos.

Abraço afetuoso,

Sheila Antony

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A busca da verdade

O caminho da lagarta é virar uma borboleta, não existe certo nem errado, tudo faz parte do caminho. Ficar parado é ir contra o caminho, ter medo é ir contra o caminho. Não se pode pedir a uma lagarta para ela não mudar, pois o seu destino é a  mudança,  o seu  destino  é a transformação,   pois a  lagarta não pensa como uma lagarta e sim como uma borboleta, pois sabe, bem lá no fundo, que é uma borboleta, e mesmo enquanto lagarta, deve imaginar-se voando.
                                                            (Karla de Araújo)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A importancia dos pais na terapia

Gostaria de ressaltar com voces a grande importancia do terapeuta ganhar a confiança dos pais e trabalhar a criança interior dos pais que é projetada na relação com os filhos. Em muitos casos, a criança desenvolve formas de mutilação e alienação de aspectos de si mesma em nome de se proteger e conservar o amor parental.Os distúrbios psicológicos e comportamentais da criança são, geralmente, oriundos dos dramas e tragédias infantis não resolvidos dos pais e que são projetados na criança.Tomo como um dos objetivos no atendimento aos pais, dar-lhes oportunidade de reviverem a própria infância, de forma a se reconectarem com a sua criança ferida e se abrirem a um processo de crescimento pessoal. O caminho da cura emocional é sensibilizar os pais para a dor e os conflitos da criança, assim como provocar o olhar admirativo às suas potencialidades e dons inatos escondidos. Enfatizo que o(a) filho(a) é um ser em construção que está organizando uma personalidade; alguém que se encontra em uma jornada existencial única em direção à auto-realização. A criança saudável é um ser desejoso de descobrir as suas habilidades motoras, cognitivas, corporais, afetivas.

 Mais informações nos livros "A clínica gestáltica com crianças: caminhos de crescimento" e "Cuidando de crianças: teoria e arte".