sábado, 26 de julho de 2014

Preocupação e culpa em Winnicott

Winnicott, em seu livro "O ambiente e os processos de maturação", discorre sobre a origem da culpa a partir de experiencias vividas entre a criança e sua mãe que despertam atitudes de preocupação. Enquanto a preocupação consiste em se importar, ou valorizar, e tanto sentir como aceitar responsabilidade (atitudes construtivas e de atenção com o outro); a culpa é ansiedade/angústia ligada a ambivalência de sentimentos de amor e destrutividade à figura materna, em fantasia. No desenvolvimento psicoemocional da criança, ela se depara com seus impulsivos agressivos para com a mãe, a qual deverá ser capaz de tolerar, suportar e permitir as manifestações de raiva, birra e destrutividade (ser continente) sem reagir com  raiva destrutiva ou punitiva para possibilitar a vivencia da energia agressiva, a experiencia de ser corajosa, audaz, confiante na expressão espontânea de seus impulsos. Aliado a essa atitude é de suma importancia que a mãe/o pai conceda a oportunidade de reparação, de a criança consertar a situação conflitiva surgida com os pais para que assim a culpa não se instale como um estado ansioso constante. "O fracasso da mãe-ambiente em prover oportunidades consistentes para a reparação leva a uma perda da capacidade de se preocupar e a sua substituição por ansiedades e defesas cruas, como splitting e a desintegração".

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