quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Transtorno de conduta na ótica da Gestalt-terapia

O transtorno de conduta tem sido um dos distúrbios psicossociais mais preocupantes nos dias atuais.Encontramos esses distúrbio psicológico em crianças e adolescentes com condutas antissociais, violentas, de teor maléfico/perverso indicadoras de uma perturbação significativa no funcionamento social, familiar, escolar e ocupacional. Apresentam comportamentos cruéis que humilham, ofendem, inibem, intimidam e constrangem professores, pais, irmãos, vizinhos, etc.Os dilemas centrais do adolescente com transtorno de conduta são: o certo x o errado; o bom x o mau; o construtivo/criativo x o destrutivo. Na clínica, observo que as crianças e adolescentes perversos têm a inveja e o ciúme como afetos que alimentam as suas condutas agressivas/destrutivas. O TC é uma patologia da ausência de ética, da falta de valores morais no indivíduo cujo cerne é a inexistencia do sentimento empático com o outro humano. O ensinamento crístico “amai ao outro como a si mesmo” não é possível de ser seguido, uma vez que não amam a si próprios por não terem tido a experiência de serem amados. São pessoas que carecem da preocupação com o existir alheio, porque deixaram de ter preocupação com a própria existencia.O caminho de resgate do tormento existencial em que vivem é o da conscientização de que são um ser-no-mundo, um ser-com-o-outro, um ser-para-o-outro com todas as implicações angustiantes que essa noção filosófica pode trazer. Nessa patologia, mais do que nunca precisamos visualizar as intrínsecas forças interatuantes do todo sobre as partes e das partes sobre o todo (a interdependência entre sociedade-família-individuo). 

Trecho extraído do meu artigo "O transtorno de conduta no adolescente: a carência afetiva por trás da carência". Ver link na secção de artigos deste blog. 

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