quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um menino sábio - Deus existe





No ensejo do Espírito de Natal, o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, aproveito a sabedoria de uma criança genial para tocar nosso coração! Um Feliz e abençoado Natal a todos!

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Resgatando a criança interior

Ainda estou saboreando o III Vivencial, mantendo-me em contato com a minha criança interior, não deixando que ela se esconda, ou que eu mesma a deixe adormecida. Nós adulto de hoje permitimos que o mundo nos devore impondo suas exigências e pressões, abandonando nossos talentos, nossos desejos, o nosso brincar de adulto. E o que é o brincar do adulto, o que é que nos faz sorrir, ficar excitado com um fazer? É tão simples a resposta: dançar, cantar, recitar poesia, praticar um esporte, viajar, tomar banho de chuva, pintar, desenhar, andar de descalça, bordar, costurar, fazer bonecas, e tantas outras coisas. Vou ao filme "Tarja Branca" que fala da importância de resgatarmos a criança interior criativa que ainda mora dentro de nós e grita para ser olhada, amada e ser livre para se manifestar magicamente, encantadamente com a vida, a natureza, o outro. "Cadê a minha criança? Em que momento estou presente brincando tão intensamente que até esqueço do próprio adulto que sou? Brincar é uma coisa séria e urgente ao ser humano atual. É importante continuarmos sustentando o espírito lúdico que surge em nossa infância, e que o sistema nos impele a abandonar em nossa vida adulta. Quando se brinca – e é só observar uma criança brincando – vive-se em plenitude e liberdade. Olhar uma criança brincando, afinal, é reaprender a dimensão do ser humano”. (Cacau Rhoden). Fica meu convite para que parem, sintam e brinquem - pais com filhos, marido com mulher, irmãos com irmãs, amigos com amigas.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

III Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós"

E transcorreu maravilhosamente o III Vivencial, na UniPAZ, no Espaço Arco-Íris, na Casa Azul, de Nayla Reis.  Agradeço profundamente as 10 pessoas que abriram suas memórias para encontrar a sua criança interior com coragem, alegria, amor. Aprendemos que para curar a criança ferida é preciso reconhecer e validar a dor, e depois como adulto ser capaz de agradecer, acolher, ressignificar a experiencia doída com um novo olhar e novos valores.
Abraço em todos com carinho e gratidão!



E em 2016, acontecerá em outubro o nosso IV Vivencial, com carga horária de 14h. Será no sábado o manhã e tarde, e no domingo, pela manhã!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Histórias terapêuticas

Venho cada vez mais recorrendo ao uso de histórias terapêuticas com crianças para facilitar-lhes a consciência de seus conflitos, medos, ansiedades e comportamentos problemáticos. Tomo como princípio que o terapeuta deve conduzir o processo terapeutico, de modo que a criança possa experimentar a concretização de suas fantasias, mundo subjetivo para conscientizar-se e dar significado a partir daquilo que vê, sente, pensa e faz. Margot Sunderland (2005) explana com clareza que para a criança processar seus sentimentos dolorosos e difíceis precisa senti-los plenamente e pensar sobre eles. E para tal necessita de um adulto empático, compreensivo, com uma presença atenta. A história terapêutica permite que a criança veja, ouça, entenda e sinta com clareza; mostra que o personagem central continua firme, mesmo depois de passar por tempestades; apresenta opções sobre o que fazer diante de grandes obstáculos, novas possibilidades e soluções criativas para superar os problemas, podendo usar a imaginação para lidar com os sentimentos difíceis. As histórias podem ser criada pelo terapeuta com fantoches, animais selvagens e domésticos, desenhos, bonecos, como podem ser criada pela criança e ter o direcionamento eventual do terapeuta.
                        

Aceitação como caminho para mudança

Aceitar significa abraçar o que é. Quando não aceito algo que me causa dor, ou quando não tolero a própria dor essa atitude contribui para a permanência da dor. A dor se instala quando é reprimida ou ignorada;  em compensação, quando a aceito, muda-se. Paradoxalmente, só a aceito quando abandono toda intenção de mudança. Deixando a luta contra as emoções desprazerosas, posso escutá-la como um benéfico sinal de alarme que me indica que algo não anda bem e detecto aquilo que preciso para sentir-me melhor. A medida que observo com olhar meditativo meus sentimentos e contemplo meus pensamentos, favoreço a possibilidade de dar-me conta, de escolher e de mudar. Gabriela Murgo (2013) traduz a teoria Paradoxal da Mudança de forma simples, como fazem os sábios, acrescentando ainda a necessidade do individuo tomar consciência da dor, do seu sofrer, junto com as resistências que cria para manter-se ilusoriamente bem. O caminho da cura é aceitar, perdoar para integrar e tornar-se livre, leve e inteiro.

Que nada te moleste, nada te espante, tudo passa e Deus não muda.
A paciência a tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta,  
só Deus basta!
(Santa Teresa de Ávila)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

III Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós"

É com satisfação que anuncio o III Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós", a ser realizado no dia 21/11, das 9h às 19h, na Chakra Grisu-Planaltina/DF. Esse encontro terapeutico tem como objetivo fechar as gestalten abertas entre a criança interior do adulto e seus pais/cuidadores que perduram, impedindo o fluxo natural e saudável das relações amorosas, profissionais, sociais e familiares.
O local é maravilhoso, cheio de natureza. É uma área de preservação ambiental. Visite o site www.chakragrisu.org

VAGAS LIMITADAS: 18

VALOR DO INVESTIMENTO:
1º) R$ 275,00 à vista até 09/11 (após R$ 290,00 à vista)
2º) R$ 295,00 em 2 parcelas de R$147,50 até 09/11.
3º) R$ 315,00 em 2 parcelas de R$155,00 após 09/11.

Obs: Inclui 2 lanches e almoço.

INSCRIÇÕES: até 19 de novembro no IGTB.  
Contato: 9963-5165/3033-7094

Pagamento: BANCO DO BRASIL
AG. 3475-4  /  CC.7943-x

Sheila Antony: (61)8133-1515
sheilagestalt@gmail.com


domingo, 4 de outubro de 2015

Transtornos alimentares e obesidade no adolescente

A literatura científica afirma que adolescentes com anorexia, bulimia e obesidade apresentam falhas no senso de identidade e na autonomia. Antes de instalar-se os transtornos, são tidos como obedientes, com bom desempenho escolar, como ótimos filhos. Tais comportamentos são manobras defensivas para ocultar sentimentos de impotência e incompetência, além de déficits no desenvolvimento da personalidade (Bruch, 1973). Na visão do autor, a origem do distúrbio está na relação primária mãe-bebê, cuja mãe é incapaz de responder adequadamente as necessidades básicas do bebê. A criança-adolescente na busca pela magreza, com a recusa da ingestão de alimentos, cria condutas de oposição à mãe para romper a ligação com ela, a qual é sentida como intrusiva e controladora. Esses transtornos revelam uma dissociação na unidade corpo-mente, em que o adolescente não experimenta seu corpo e seu mundo interno de forma real, saudável e coerente. Na anorexia, bulimia e obesidade, o corpo é percebido como distorcido, tanto na forma quanto nas funções. O trabalho terapeutico é voltado para dar uma autopercepção mais realista do corpo, desenvolver a autoaceitação, autoconfiança e a autonomia; fortalecer o senso de eu; integrar corpo-mente; trabalhar a libertação da figura materna dominadora que é central na vida psíquica da criança-adolescente.

Trechos extraídos do livro "Transtornos Alimentares e Obesidade"

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

III Vivencial "Cuidando e amando a criança que existe em nós"

Meu próximo trabalho será no dia 24/10/15, quando realizarei um Workshop Vivencial sobre a criança interior do adulto. É o III Vivencial intitulado "Cuidando e amando a criança que existe em nós". O principal objetivo é resgatar a criança ferida e a criança feliz que mora em cada um de nós, para que o adulto de hoje integre todas as experiencias marcantes da infância, de forma que venha  a viver com mais plenitude e inteireza. Nossa criança interior é nossa essência divina que guia nossa intuição, criatividade e originalidade.

Curso GT com crianças em Natal

Fui brindada com uma turma de psicólogas e um psicólogo muito participativos, competentes e abertos a Gestalt-Terapia com crianças, em Natal, nos dias 19 e 20 de setembro. Gratidão a todos!





quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Feliz Dia dos Psicólogos

Queridos amigos e amigas Psis, quanto mais conheço a mim, mais me capacito a conhecer o outro que está diante de mim. Ser psicólogo é louvar a alma alheia, de forma que ele mesmo venha a se alegrar com o seu viver, o seu ser - esse é o nosso sacro-ofício! FELIZ DIA DOS PSICÓLOGOS!

sábado, 22 de agosto de 2015

Curso Gestalt-Terapia com Crianças em Natal


Com muita alegria conduzirei o 1º Curso de Gestalt-terapia com crianças em Natal, nos dias 19 e 20 de setembro, com certificado pelo Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília, do qual sou professora
fundadora. Convido os vizinhos nordestinos a participarem e divulgarem em sua rede social, por gentileza!

Abraço carinhoso!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Crescimento rumo à autonomia

Cada vez mais dirijo minha atenção para os encontros terapêuticos com os pais para orientação e apoio, a fim de dar-lhes uma clara mensagem sobre a importância do cuidar com ética, limites, respeito, amor e senso de responsabilidade social. Destaco o dr. Içami Itiba com suas palavras sábias: "Mães saudáveis preparam os filhos para arcar com as suas responsabilidades. Com o passar dos anos, elas vão delegando à criança o poder de se cuidar. Essa autonomia pode dar ao filho a sensação de felicidade, aumentar sua autoestima e retroalimentar o sistema de recompensa. Felicidade ou saciedade que se ganha de mão beijada não aumenta a autoestima porque dispensa exatamente a capacidade de crescer em liberdade". Eu acrescento que  a criança se desenvolve com o desejo de crescer, ter sua individualidade valorizada, ter liberdade de ser, ter responsabilidade por si e pelo outro, ter coragem de fazer, de realizar. Que os pais alcancem a essência do ser criança, do ser humano.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Encerramento VIII Curso de Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte

Com muita gratidão e sentimento de realização, encerramos no dia 06 de julho de 2015 o "VIII Curso de Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte", realizado no Instituto Tocar, com apoio do Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília (IGTB).


Recebi 17 psicólogas que demonstraram seu amor à profissão e ao "ser criança", participando de coração aberto na ampliação da consciência de si como pessoa e do seu potencial, como psicoterapeutas.

Meu profundo agradecimento a todas! Abraço carinhoso!

sábado, 4 de julho de 2015

Histórias terapêuticas

Ser psicoterapeuta de crianças requer uma presença atenta, ativa e criativa para propiciar amplas possibilidades de experiências e experimentos, que levem a criança a tomar consciência de seus medos, ansiedades, conflitos, defesas e padrões de interrupção do contato. Usar histórias terapêuticas é um importante recurso para acessar o mundo de fantasias da criança que sustenta seus conflitos e comportamentos defensivos. As histórias criadas pelo terapeuta que descrevem seus dramas emocionais podem ser encenadas na caixa de areia ou utilizando fantoches, bonecos e animais (selvagens e domésticos), de modo que a criança possa concretizar os seus conflitos, expressando seus sentimentos dolorosos, seus comportamentos problemáticos, seus pensamentos inquietantes para assim compreender-se a partir daquilo que vê, pensa, fala, sente e faz. O terapeuta precisa ser capaz de empatia, se colocar no lugar da criança, se imaginar no mundo da criança, reconhecer as emoções sentidas por ela para então criar a história terapêutica. Também é valoroso que propicie oportunidades da própria criança criar histórias para assim expressar seus conflitos e dramas. "Para processar seus sentimentos, a criança precisa de um adulto empático que lhe ofereça atenção e compreeensão de qualidade, um adulto que faça de tudo para se imaginar no ponto de vista da criança" (Sunderland, 2000, p. 11)

Citação do livro "O valor terapeutico de contar histórias", de Margot Sunderland, Ed. Cultrix

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Aprendizagem no Congresso Internacional de Gestalt

A minha ida ao Congresso Internacional de Gestalt no Rio de Janeiro, trouxe maravilhosos frutos para mim, enquanto pessoa e profissional. Tive a alegria de ver o crescimento em teoria e arte dos gestaltistas estrangeiros e brasileiros. Participei de mini-cursos com argentinos e brasileiras que realçaram a importancia de nós terapeutas recorrermos a técnicas, procedimentos e experimentos que concretizem os conflitos e angústias, através de desenhos, fantoches, bonecos, contos, com o fim de facilitar o contato e a awareness dos padrões defensivos de comportamentos, as percepções cristalizadas, as experiencias introjetadas que são transmitidas transgeracionalmente e mantém nossas gestalten abertas. Eis algumas frases que escutei e considerei importantes para nossa prática clínica, quer seja com crianças, adolescentes ou adultos: "A medida da raiva é a medida da dor e a medida da dor é a medida do amor". "Por meio da arte se pretende resgatar o Eu sensível, desenvolver a awareness de conteúdos existenciais que revelem a essência do ser, sem temor, mesmo que com dor". "Para abrir o amor disponível que há em cada um de nós, através da nossa criança interior, é preciso identificar a ferida/dor; validar a dor (raiva, tristeza, mágoa); tornar-se um adulto acolhedor da criança ferida que há em nós". 

Gratidão a todos presentes!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A automutilação em adolescentes

A automutilação tem se manifestado com muita frequência em adolescentes que apresentam sentimentos de autodepreciação e impotência intensos. Trata-se de um sintoma depressivo resultante de uma pobre e deficiente relação afetiva com os pares e, primariamente, com a figura materna. O adolescente não busca a morte, mas projeta suas angústias em relação ao seu corpo para dominá-las melhor, tornando o corpo objeto de violência na dinâmica da apropriação da identidade e da integração do feminino. As marcas da sexuação, na puberdade, se encontram rejeitadas pelo adolescente. Esses vividos estão ligados a sofrimentos na relação com o ambiente, muitas vezes despertados por traumas primários ou por violências transgeracionais que obstruem as alianças intersubjetivas saudáveis e a criação de novos vínculos na adolescência.É importante que o terapeuta inclua as figuras parentais no processo terapeutico para explorar a qualidade do vínculo e o cuidado nutritivo; realize trabalhos com a imagem corporal, a autoestima; esclareça as fantasias de punição/condenação; fortaleça os sentimentos de pertencimento e resgate o senso de poder ligados aos grupos familiar e social.

domingo, 10 de maio de 2015

A clinica gestáltica com crianças: brincando com playmobil e figuras mitológicas


         Com muita alegria irei participar do Congresso Internacional de Gestalt-Terapia no Rio de Janeiro, no período de 27 a 30 de maio, apresentando um trabalho que faço com bonecos playmobil e com figuras mitológicas, que descrevo a seguir, e lançando meu livro em inglês e português "Cuidando de crianças: teoria e arte".
Considero de extrema importância o atendimento aos pais durante o processo terapêutico da criança para que tomem consciência das gestalten abertas que possuem com as suas figuras parentais, propondo-lhes experiências que possibilitem reviver a própria infância, de forma a se reconectarem com a sua criança ferida (e feliz), e assim se abrirem a um processo de crescimento pessoal que repercutirá no crescimento emocional do filho(a) em terapia.
Nas sessões com os pais viso promover a comunicação direta e autêntica, o reestabelecimento do contato nutritivo e do vínculo amoroso entre a criança e os pais e entre os próprios pais (como casal), e com muita ênfase o fortalecimento da função paterna e materna de cada um perante os filhos.O sistema familiar como um todo é mais forte e determinante do que as partes. É importante que a criança e os pais conheçam as feridas paternas e maternas para que então possam compreender melhor a si mesmos e a própria história familiar com seus mitos e marcas de vida que determinam o destino de cada um.
Para que tal objetivo ocorra utilizo de recursos lúdico-terapêuticos que oferecem possibilidades de facilitar o contato entre os membros familiares e a consciência do núcleo conflitivo da família. Faço uso de bonecos Playmobil e de figuras mitológicas para trabalhar a representação e a organização da família, o lugar de cada membro no grupo familiar, a percepção que cada um tem do outro e promover o diálogo direto entre cada membro da família para revelar as necessidades e desejos de cada um.
A psicoterapia com crianças deve estar a serviço da reconciliação entre pais-filhos, do reconhecimento dos mitos familiares, do reestabelecimento do contato verdadeiro e nutritivo entre os membros familiares, da conscientização do lugar e da função de cada um dentro da família para consolidar o senso de pertencimento ao grupo familiar, o sentimento de aceitação e valorização que são responsáveis por dar sentido ao existir da criança.


domingo, 22 de março de 2015

VIII Curso "Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte

Com muita alegria iniciei o meu VIII Curso de "Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte", no dia 16 de março. Tenho como um dos grandes objetivos desse curso trabalhar a criança interior dos terapeutas por meio de experimentos, atividades e dinâmicas terapêuticas que são apresentadas em cada encontro teórico. É importante o terapeuta vivenciar as técnicas e experimentos propostos à criança nas sessões, como forma de compreender o quê e como a criança experiencia tais técnicas. Dessa forma, o terapeuta ao ganhar consciência da própria experiencia emocional vivida, saberá como conduzir a experiencia emocional da criança para levá-la a tomar consciência de si, de seus comportamentos e processos de contato.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A rivalidade fraterna

Tem acontecido de eu ser procurada em meu consultório por pais que não sabem o que fazer com as brigas, as disputas existentes entre os filhos. Geralmente isso está associado com a chegada do irmão/irmã que destitui o príncipe ou a princesa do trono outorgado pelos pais. A chegada do irmão é a chegada do “estrangeiro invasor”, daquele que, com sua presença, perturba o equilíbrio do reino constituído. Com o outro novo é introduzida a noção de mudança e principalmente a de paridade (o triângulo deixa de existir). O segundo filho inaugura o início das partilhas, negociações, julgamentos, o que exige que os pais e o filho mais velho reorganizem seu espaço e sua maneira de pensar a relação familiar e a ordem da casa. O sofrimento maior para o primogênito é que a fratria desloca-o do lugar único e privilegiado que ocupava até então, ele vê-se destronado. Na verdade, o mais velho inveja e tem ciúme da relação amorosa instituída entre o bebê e a mãe (não da mãe, a qual tenta preservar como boa), em que vê a entrega, a dedicação, a alegria da mãe, o modo lúdico dos pais falarem com o irmão. Ele inveja e tem raiva do poder absoluto dado ao pequeno bebê. Sente a injustiça dos pais quando pede algo e lhe dizem não. Para ele tudo é não, tudo lhe é rejeitado; e para o outro tudo é sim, tudo pode, ele sempre termina repousando no seio quente e caloroso da mãe. O nascimento de um filho reporta os pais ao lugar de irmão, filho, da sua criança interior (ferida e/ou feliz), da sua relação infantil vivida com os pais que é projetada no filho. Para amenizar o clima tenso, hostil vivido na família é importante que os pais sejam capazes de se colocar no lugar de seu filho real (e não imaginário) para entender a sua necessidade de amor, atenção, cuidado, justiça. O que a criança quer é apenas ser tratada com coerência, justiça, amor, igualdade (e não ser cobrada, comparada, julgada) e, em certos momentos, ter direito a exercer o poder que lhe foi roubado.

Ver artigo "A função fraterna e as vicissitudes de ter e ser um irmão" (Goldsmid e Féres-Carneiro). 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Hora de recomeçar!

Olá queridos amigos e amigas psi!
Com muita alegria recomeço o ano com alguns desejos a serem concretizados. Sem seguir uma ordem de realização, desejo muito: 1º) Concluir meu livro sobre crianças hiperativas no 2º semestre de 2015; 2º) Implantar um projeto de volei em uma comunidade carente; 3º) Realizar o VIII Curso de "Gestalt-Terapia com crianças: teoria e arte", com início em março; 4º) Realizar o III Vivencial "Amando e cuidando da criança que existe em nós", em outubro; 5º) Apresentar trabalho e divulgar meu livro em inglês e português "Cuidando de crianças: teoria e arte em Gestalt-Terapia", no XIV Congresso Internacional  de Gestalt-Terapia, a acontecer no Rio de Janeiro, no mês de maio. Sendo assim, convido-os a participarem de alguns e a se motivarem a listar os seus próprios desejos e seguirem no encalço de os fazerem acontecer.

Um abraço carinhoso!