quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A violência sexual contra crianças e adolescentes

São muitas as conseqüência do abuso sexual que desencadeia a Síndrome do Estresse Pós-Traumático. São esses os sintomas apresentados: dores abdominais, dores de cabeça, cólicas ou problemas menstruais em adolescentes, distúrbios do apetite (anorexia, bulimia) que levam ao sobrepeso ou obesidade, distúrbios de comportamento que podem variar de acordo com a idade mental e intelectual da criança ou adolescente. Surgem, do ponto de vista psíquico, sentimentos de medo, culpa, raiva, desconfiança que vão emaranhar os pensamentos e comportamentos da criança, podendo levar a criança e o adolescente a atos ou tentativas de suicídio. Para lidar com esse trauma, a criança necessita desenvolver mecanismos de defesa psicológicos que levam a desconexão corpo-mente, incluindo a alienação do corpo e suas sensações, até a rejeição do corpo próprio. Algumas crianças e adolescentes chegam a criar fantasias de sair do corpo, como se observasse a cena sexual à distancia, como se fosse uma outra pessoa. Tal mecanismo configura o bloqueio do contato da dessenssibilização, por meio do qual a criança corta, bloqueia as sensações em certas partes do corpo ou mesmo do corpo todo, levando a uma dissociação corpo-mente. A tarefa terapêutica é a liberação da dor, do ódio, da culpa, de sentimentos ambivalentes de prazer e desprazer, do desvelamento do segredo tóxico que aprisiona todos os membros da família. Proteger a família é desproteger a criança. Os adultos por temerem o conflito, a briga, a ruptura com parentes, evitam o enfrentamento, o falar sobre com o agressor. Assim, deixam a criança ao léu, perdida, sentindo-se desprotegida e muitas vezes culpada. O terapeuta deve trabalhar para ressignificar o sofrimento psíquico, o evento traumático para a criança e todos da família, visando assim interromper o ciclo de violência vindo de gerações passadas.   

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