domingo, 17 de dezembro de 2017

Curso "Um olhar compreensivo sobre as psicopatologias"

Ministrei o curso "Um olhar compreensivo sobre as psicopatologias", no qual apresentei o Transtorno de Ansiedade (Síndrome do Pânico e fobias), Transtorno Depressivo, Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno de Humor Bipolar, à luz da Gestalt-Terapia. O objetivo do curso foi trazer aos psicólogos um olhar compreensivo sobre o funcionamento psicológico específico de cada psicopatologia, o tipo de vínculo estabelecido com o terapeuta, o conteúdo dos mecanismos de defesa próprios de cada transtorno, o núcleo conflitivo vivido que propicia ao terapeuta efetuar um diagnóstico claro e diferencial, e realizar as intervenções apropriadas. Fiz uma distinção entre a psicodinâmica do neurótico e do psicótico considerando os seguintes distúrbios de relacionamento: a) subordinação ao outro; b) desconfirmação do outro; c) destruição do outro; d) exclusão do outro. Além disso destaquei os dilemas do contato que norteiam o desenvolvimento psicoemocional do indivíduo ao longo de sua vida: União/Separação; Dependência/Independência; Individualidade/Alteridade. A unidade dialética organismo/ambiente da GT observa a ocorrência dos eventos psicológicos na fronteira de contato, o que nos permite apontar esses três dilemas do contato que são ontológicos ao processo desenvolvimental de todo ser humano. Esses dilemas são vividos perpetuamente até a vida adulta, constituindo o drama existencial-relacional de cada um na procura da própria autodefinição, auto-afirmação que só se dá via confirmação, aceitação e reconhecimento por parte do outro. Todo dilema do contato revela uma experiência introjetada e uma gestalt aberta. Cada psicopatologia tem seu núcleo conflitivo particular, seus dilemas de contato e mecanismos de ajustamentos defensivos específicos oriundos da personalidade singular do individuo que lhe dá uma forma única e pessoal. O importante é buscar a compreensão fenomenológica da unidade de experiência (emoção, pensamento, ação) que dá sentido ao conflito e revela qual o dilema do contato essencial. O diagnóstico deve intencionar ir além da identificação dos sintomas, deve visar o sentido da patologia e a descrição das vivências subjetivas do sofrimento emocional pessoal pertinente à patologia especificada. Quando não sabemos o que a pessoa tem, quando não nomeamos, não podemos cuidar, tratar com eficácia e muito menos dar a esperança de transformação e cura