terça-feira, 17 de maio de 2016

Aceitar a mãe que se tem

Aceitar a mãe é aceitar a vida.
Examinar como está sua relação com ela vai te ajudar a entender como está sua relação diante da vida

Por Alice Duarte
Antes de planejar o almoço deste domingo, convido você a fazer algumas reflexões: Como está a sua conexão com sua mãe? Você se relaciona com ela ou com as ideias que tem sobre ela? Sente que tem reivindicações e dificuldades para aceitá-la do jeito que ela é?
É muito difícil alguém ter êxito na vida se não tomou plenamente a mãe, se a rejeita ou despreza. A pessoa pode até ter sucesso por um tempo, porque usa a raiva para agir, mas isso não se sustenta no longo prazo. Pois a base para desenvolvimento pessoal saudável é reverenciar a vida. E reverenciar a vida passa obrigatoriamente por reverenciar a mãe.
Bert Hellinger, o criador da Constelação Familiar, diz que fazer exigências e ter reivindicações são formas de rejeitar os pais. “Quando alguém quer impor aos pais a maneira como devem ser ou o que deveriam fazer por ele, impede a si mesmo de tomar o que é essencial.”
Talvez tenha esquecido que você existe nesse planeta graças a ela e que veio dela o seu primeiro sustento, o leite materno. E muitas ainda puderam seguir alimentando, cuidando, educando… enfim, servindo seus filhos, muitas vezes sem reclamar e sem pedir nada em troca. A mãe representa para o nosso ser íntimo o sustento da vida, por isso que a maneira com que se relaciona com ela tem tanta relação com a maneira com que você se relaciona com o dinheiro, a prosperidade e o ato de servir aos outros.
Muitos sentem que têm motivos de sobra para desprezar a própria mãe – seja porque ela não lhe deu atenção e amor suficiente ou o abandonou quando criança. Por incrível que pareça, por mais que rejeite tudo isso e queira fazer diferente, vai acabar repetindo em sua própria vida aquilo que despreza.
Se ao longo da vida uma mãe esteve muito ocupada resolvendo a missão dela, ou presa a envolvimentos sistêmicos transgeracionais, é natural que tenha sobrado muito pouco tempo e energia para se dedicar aos filhos. É possível olhar para tudo isso e ter um novo olhar para a própria mãe, um olhar mais adulto, que entende tudo o que atua e vê que não cabe mais reivindicações de criança.
É preciso agradecer a vida que veio dela, pelo preço que lhe custou – e às vezes o preço pago foi alto: renunciar uma carreira, um projeto de vida, suportar um casamento infeliz, dificuldades financeiras e por aí vai. E quando se olha sem julgamentos para a própria mãe e para o seu destino adverso, seus fracassos, suas dificuldades e limitações, e diz “sim” a tudo isso – até mesmo para aquilo que você não entende direito – algo mágico acontece. Você já não será mais afetado negativamente por essas influências. E estará livre para viver a própria vida e seguir o próprio destino.